A disputa pela Prefeitura nas eleições de 2020 começa a ganhar contornos definitivos em Nova Iguaçu. O atual prefeito Rogerio Lisboa, pouco visto pela cidade e mesmo em seu gabinete desde que assumiu o cargo, já está em campanha e começa a se expor indo para a rua para tentar contornar a alta rejeição a seu nome entre os iguaçuanos apontada por pesquisas internas. Além da rejeição, há ainda a ameaça da inelegibilidade. Há contra o prefeito uma condenação em primeira instância da Justiça Eleitoral por conta do escritório das fake news descoberto nas últimas eleições para Prefeitura.
Para encarar as dificuldades que enfrentará após um mandato apagado, Rogerio constrói um curioso arco de alianças que reúne desde o ex-prefeito Nelson Bornier, de quem já fora aliado no passado e contra quem disputou o segundo turno em 2016, até Lindbergh Farias, seu antigo chefe quando foi Secretário de Obras do município e também fiador de sua eleição para a Câmara dos Deputados em 2006 e para a Prefeitura em 2016. Além de Bornier e Lindbergh, mais um ex-prefeito apoia Rogerio Lisboa, Altamir Gomes, aliado de Rogerio desde sua primeira eleição para vereador em 1992.
O deputado Carlos Augusto do PSD é outro nome que se cogita para a disputa. Sua candidatura, porém, ainda é incerta. Carlos é deputado estadual e apoiou o petista André Ceciliano para a Presidência da ALERJ, além de ser co-autor de projeto de lei em parceria de outro petista, Carlos Minc. Nos bastidores se diz que tais alianças com o petismo contradizem seu discurso de combate à criminalidade e à corrupção e contrariam o eleitorado que busca esse perfil político.
Outro nome que tem buscado se organizar para disputar o cargo é o ex-prefeito de Queimados, Max Lemos, deputado estadual do PMDB, ligado ao todo poderoso Jorge Picciani e aos ex-governadores Sergio Cabral e Pezão. O deputado, porém, tem problemas. Além de não ser de Nova Iguaçu e enfrentar a desconfiança de uma cidade traumatizada com forasteiros, Max ainda não tem sequer um partido definido para se abrigar na corrida eleitoral, já que o seu partido atual se recusa a dar-lhe a legenda para a disputa. Max Lemos ainda se vê em um momento difícil com a prisão de seu líder Jorge Picciani e o afastamento do seu preposto na Prefeitura de Queimados, o prefeito Carlos Villela.
Se esses nomes já são velhos conhecidos do eleitorado, a novidade da eleição deve vir do bolsonarismo iguaçuano, que parece já ter definido o nome de seu candidato. É isso que pelo menos se comenta nos bastidores da política da cidade. O cardiologista, empresário e atual vice-presidente do PSL iguaçuano, Dr. Mario Mentrop, deverá ser o nome da família Bolsonaro para a disputa, confirmando a intenção do partido de renovar o cenário político do Estado do Rio com nomes de fora da política.
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